domingo, 5 de junho de 2011

Greve dos bombeiros no Rio: Autoritarismo cabralino

Se alguém ainda tinha dúvida sobre o perfil político de Sérgio Cabral Filho, essa dúvida se desfez na manhã do último sábado quando o governador fluminense ordenou que o BOPE – o mesmo grupo especial da polícia que leva a presença do Estado em forma de terror às favelas cariocas e cujo carro blindado tem a alcunha de “Caveirão” – invadisse o Quartel Central do Corpo de Bombeiros, no centro do Rio, onde ao menos 500 bombeiros realizavam um protesto por melhores condições de trabalho e aumento salarial.

Na autoritária e fascista visão cabralina, os bombeiros em greve praticaram ato de vandalismo ao ocuparem o quartel da corporação, então, fez-se desnecessário o uso do diálogo uma vez que a força é mais persuasiva nessas condições.

"Esses 440 irresponsáveis vão responder a processos administrativa e criminalmente. A abertura do processo disciplinar já foi determinada, a criminal cabe ao Ministério Público", jactou em tom de histeria o glorioso Cabral Filho. Antes o governador fez chacota das reivindicações dos bombeiros fluminenses dizendo que o salário de R$950,00 (!!!) não é tão baixo.

Não bastasse o apartheid social idealizado e levado a cabo por sua gestão quando sitia comunidades inteiras debaixo do argumento da crise de segurança pública (que deveria, em última instância, ser garantida pela próprio Estado, oras!); a recusa em receber representantes da ONU vindos ao Brasil a fim de averiguar denúncias de arbitrariedades praticadas pelo Estado do Rio de Janeiro contra os direitos humanos; ser complacente – complacente aqui é eufemismo – com a polícia fluminense quando essa ceifa vidas e veste do preto de luto famílias esquecidas para além do limite entre pobreza e miséria, agora vemos o glorioso, probo, generoso e homem de bem Sérgio Cabral fazer chacota, criminalizar, perseguir, agredir e mandar prender funcionários públicos em greve.

Leiam o que a deputada estadual Janira Rocha (PSOL-RJ), que estava presente durante a invasão do BOPE, declarou na tarde de sábado:

“Foi terrível o que aconteceu lá dentro. O Bope [Batalhão de Operações Especiais] invadiu por trás, jogando bombas de gás e disparando balas de verdade. Tem carros dos bombeiros lá dentro arrebentados a bala. Se os bombeiros não estivessem em movimento pacífico e ordeiro poderia ter ocorrido uma tragédia”, afirmou a deputada, exibindo cápsulas deflagradas de fuzil e pedaços de bomba de efeito moral.

“Essas pessoas que estão sendo penalizadas são as mesmas que salvam vidas em incêndios e nas praias do Rio. Ganham o pior salário da categoria no Brasil. Quero saber se o governador (Sérgio) Cabral, responsável por essa operação, consegue se alimentar em Paris com os R$ 950 que são pagos a esses homens e mulheres.”

2 comentários:

iole disse...

Sou professora em São Luis do maranhão,nós ficamos 78 dias em greve a nossa governadora,nem se deu ao trabalho de nos atender.Sei como vocês se sentem pois nós estamos desde de 2004 sem aumento,trabalhando em escolas de maneira precária.Estou enviandoesse comentário para dar o meu apôio incondicional a todos os valentes e honrados bombeiros do Rio de Janeiro,se eu estivesse ai com certeza estaria nas ruas com vocês.Não deixem que esses politicos de meia tijela,inibam os protestos legais dessa categoria que ajuda sem medir esforços todo o povo braseliro.Gostaria de enviar o mu EMAIL:iolecutrim@hotmail.com

iole disse...

Temos um movimento de resistência MRP e uma comunidade SOS professores,gostaria que os nos mantivessem informados dos acontecimentos. FORÇO GUERREIROS.LUTAR SEMPRE DEISITIR NUNCA....ABRAÇOS.