terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O que esperar da CBF???

O Vasco tem razão, ao menos em parte. Se o regulamento do Campeonato Brasileiro elaborado pela CBF prevê em seu artigo 21 apenas trinta minutos de pausa e mais trinta de acréscimo em caso de paralisação e o arbitro só retornou a partida após mais de setenta minutos, não entendo o porquê da grita de tanta gente da crônica esportiva com o provável recurso do Vasco junto ao STJD.

Porém, aí termina a razão do Vasco. O Clube da Cruz de Malta pode até querer se safar do rebaixamento com tal recurso, contudo sua torcida também esteve envolvida no tumulto – e aqui pouco ou nada importa quem começou o tumulto – e já era reincidente. O Vasco foi punido pelo próprio STJD em setembro por conta da briga generalizada que sua torcida protagonizou com a torcida do Corinthians em Brasília. Portanto, como Vasco já era reincidente, deveria, isso sim, ter confirmado pela CBF seu rebaixamento para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro e, pior, iniciando a disputa com pontos negativos.

Não sei se o regulamento elaborado pela CBF prevê esse tipo de punição, mas me lembro que em 2006 depois de eclodido um escândalo da máfia de apostas, a Juventus perder dois scudettos, além de ser rebaixada e iniciado a segunda divisão italiana com 17 pontos negativos.

Essa seria uma boa punição para o Vasco da Gama. Mas, e quanto ao Clube Atlético Paranaense, outro reincidente? Afinal estava mandando jogos em Joinville justamente porque havia sido punido pelo STJD com a perda de mando de dois jogos após a briga entre seus torcedores e os do Coritiba!

Nesse caso, se a CBF fosse uma entidade séria e não um principado de mafiosos, o jogo seria anulado, Atlético-PR e Vasco não voltariam a se enfrentar e o clube curitibano perderia a vaga para a Libertadores da América de 2014 e ainda iniciaria o próximo Brasileirão com pontos negativos.

Essas medidas ajudariam a moralizar os diversos campeonatos esportivos – não apenas os de futebol – e poderiam nos tirar da primeira posição no triste ranking da violência nos estádios. Segundo o sociólogo paulista Maurício Murad em 2012 morreram vinte e uma pessoas em estádios, o que já era recorde mundial foi quebrado agora em 2013 com trinta mortes, aumento de mais de 40%.


Cabe a CBF e demais autoridades – governo, Judiciário, Ministério Público – decidirem se querem nosso futebol líder em tal ranking.